17.8.06

Quase vida

Aquele dia em que eu cheguei uma hora mais tarde eu quase encontrei você ali. Você estava parado, sentado sozinho e a gente quase conversou, a gente quase se apaixonou, ali mesmo, naquele lugar aonde eu quase cheguei. Decidimos ir para o parque e eu, afobada, quase morri atropelada, quase mesmo. Se eu realmente tivesse chegado naquele lugar (foi por uma questão de quase) você, no caminho do parque, teria me segurado forte evitando assim o meu atropelamento e a minha quase morte. O parque estava quase pára fechar. Então entramos e não saímos. Por lá, ficamos. Por um momento, eu juro, você quase disse que me amava. Culpa do vinho que, de garrafas vazias, já tinham quase quatro. Culpa dele também foi o nosso papo sobre quantos quases podem existir em uma vida. Deitados, quase abraçados, quase namorados, pensamos. Quantos quases? Mas nem você, nem eu, a gente nunca sabe. Por que o que não deve ser é apenas, quase.